Mecânica Respiratória
SISTEMA RESPIRATÓRIO
É o sistema que tem sua
principal função realizar trocas gasosas, regulando a PO2 e a PCO2.
Isso é importante porque esse O2 vai entrar no sistema
respiratório passando por traqueia, pulmões, brônquios, bronquíolos e alvéolos
até cair na corrente sanguínea onde ele será levado até as células pela
hemoglobina. Esses alvéolos são a unidade funcional básica do sistema respiratório.
São “sacos de ar” onde acontece à entrada do O2 no sangue e de CO2
no ar a ser expirado. Estão em contato íntimo com os capilares pulmonares. Eles
são compostos por dois tipos de células, o tipo 1 envolvido com a troca de
gases e o tipo 2 que sintetiza a substância surfactante. Os macrófagos
alveolares ingerem o material estranho que chega aos alvéolos.
- Imagem dos alvéolos:
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Esse processo respiratório
acontece com uma troca de gases nos pulmões (ventilação pulmonar), o transporte
dos gases e distribuição aos tecidos e troca de gases entre o sangue e os
fluidos teciduais (respiração tecidual).
O processo respiratório vai
regular fatores como a PO2 e a PCO2 que por sua vez vai
influenciar na acidose e na regulação do pH fisiológico.
PLEURA
A pleura é a serosa que
envolve o pulmão e é constituída por dois folhetos, o parietal e o visceral,
que são contínuos na região do hilo do pulmão. Ambos são formados por mesotélio
e uma fina camada de tecido conjuntivo, que contém fibras colágenas e elásticas.
Este último tipo de fibra, presente no folheto visceral, tem continuidade com
as mesmas presentes no parênquima pulmonar.
- Pressão na pleura = mais ou menos -4 mHg
- Isso garante que o pulmão fique aderido à pleura visceral. E que a pleura parietal fique aderida na caixa torácica.
Essa pressão é, no início da
inspiração, cerca de -5 milímetros de mHg, caracterizada pela sucção necessária
para manter os pulmões abertos em seu nível de repouso. Durante a inspiração,
essa pressão torna-se ainda mais negativa, cerca de -7,5 milímetros de mHg,
devido à expansão da caixa torácica, que puxa os pulmões para fora com força
ainda maior. Enquanto, na inspiração, a pressão pleural cai de -5 milímetros de
mHg para -7,5 milímetros de mHg, há um aumento de 0,5 litro de volume pulmonar.
Na expiração, ocorre o contrário.
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MECÂNICA VENTILATÓRIA
Nessa parte de “mecânica
ventilatória” vamos mostrar os músculos que estão envolvidos com a respiração
seja em repouso ou em exercício.
- Inspiração em repouso: envolve diafragma e intercostais externos.
- Inspiração em exercício: envolve diafragma, intercostais externos, escaleno, esternocleidomastoideo, trapézio e extensores das costas e do pescoço.
- Expiração em repouso: simples relaxamento do diafragma e intercostais externos.
- Expiração em exercício: envolve músculos abdominais e intercostais internos
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VOLUMES RESPIRATÓRIOS
O sistema respiratório
humano comporta um volume total de aproximadamente 5 litros de ar – a
capacidade pulmonar total. Desse volume, apenas meio litro é renovado em cada
respiração tranquila, de repouso. Esse volume renovado é o volume corrente Se
no final de uma inspiração forçada, executarmos uma expiração forçada,
conseguiremos retirar dos pulmões uma quantidade de aproximadamente 4 litros de
ar, o que corresponde à capacidade vital, e é dentro de seus limites que a
respiração pode acontecer. Mesmo no final de uma expiração forçada, resta nas
vias aéreas cerca de 1 litro de ar, o volume residual.
Nunca se consegue encher os
pulmões com ar completamente renovado, já que mesmo no final de uma expiração
forçada o volume residual permanece no sistema respiratório.
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Volume corrente: volume de ar inspirado ou expirado em
cada movimento respiratório. Apresenta valores de repouso entre 400 e 600 ml e
durante o exercício aumenta.
Volume de reserva inspiratório: volume máximo de ar que
pode ser inspirado a partir de uma inspiração normal. Apresenta valores de
repouso entre 3000 e 3100 ml e durante o exercício diminui.
Volume
de reserva expiratório: volume máximo de ar que pode ser expirado a partir
de uma expiração normal. Apresenta valores de repouso entre 1000 e 1200 ml e
durante o exercício diminui.
Volume residual: volume de ar que permanece nos pulmões
ao final de uma expiração máxima. Apresenta valores de repouso entre 1000 e
1200 ml e durante o exercício diminui.
CAPACIDADES PULMONARES
Capacidade pulmonar total: quantidade de ar que podem
conter os pulmões ao final de uma inspiração forçada máxima. Apresenta valores
de repouso entre 5800 e 6000 ml e durante o exercício diminui.
Capacidade vital: volume máximo de ar que pode ser
extraído dos pulmões, através de uma expiração forçada após uma inspiração
forçada. Apresenta valores de repouso entre 4000 e 4800 ml e durante o
exercício diminui.
Capacidade inspiratória: volume máximo de ar que
pode ser inspirado a partir de uma expiração normal ou de repouso. Apresenta
valores de repouso entre 3200 e 3600 ml e durante o exercício aumenta.
Capacidade residual funcional: é o volume de ar que
permanece nos pulmões no repouso. O final da expiração de repouso é usado como
linha limite porque varia menos que o final da inspiração.
RESUMINDO:
Capacidade residual
funcional = vol. res. expir. + vol. res.
Capacidade inspiratória =
vol. res. insp. + vol. corrente
Capacidade pulmonar total =
cap. insp. + cap. res. func.
Capacidade Vital = vol. res.
insp. + vol. corrente + vol. res. exp.
RESPIRAÇÃO E A PRESSÃO INTRAPULMONAR
O “gradiente de pressão” é o
fenômeno que possibilita a mobilidade dos gases, sempre de uma área de maior
pressão parcial para uma de menor pressão parcial. A expansão do tórax leva à
expansão dos pulmões, diminuindo a pressão parcial do O2. Então o ar
penetra os pulmões pela diferença das pressões intrapulmonar e atmosférica. À
medida que o ar enche os pulmões, a pressão intrapulmonar se iguala à
atmosférica e cessa a inspiração. Na expiração ocorre o oposto: a compressão do
tórax eleva a pressão intrapulmonar mais que a atmosférica e o ar sai dos
pulmões.
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- VEF 1 = Será sempre menor do que a capacidade vital.
Volume
expiratório forçado cronometrado de primeiro segundo(VEF1):
O VEF1 avalia basicamente os distúrbios obstrutivos. Quando a CVF
estiver diminuída por distúrbios restritivos ele diminuirá
proporcionalmente.
Espirograma ilustrando o uso do fluxo
aéreo expirado forçado para diagnosticar obstrução das vias aéreas. Observe a
diferença acentuada no volume expiratório forçado em 1 segundo (VEF1) e na
capacidade vital (CV) entre o indivíduo normal e o paciente com doença pulmonar
obstrutiva crônica (DPOC).
Capacidade
vital forçada (CVF): O seu resultado será
expresso em valores absolutos e em percentual de predito. Quando
estiver abaixo de 80% do previsto, na presença de VEF1/CVF normal,
sugere distúrbio restritivo. A confirmação pode ser feita através
da medida da "capacidade pulmonar total" Na impossibilidade
destes métodos, os achados radiológicos compatíveis com doença
restritiva associados a redução de capacidade vital forçada
confirmam a hipótese.
Relação
VEF1/CVF: A razão entre estas duas medidas é
a que melhor avalia a presença de distúrbios obstrutivos. O valor
esperado para determinado indivíduo deriva da equação escolhida.
Para indivíduos com até 45 anos espera-se o valor de 75% ou
superior. Abaixo deste valor o diagnóstico de obstrução é
sugestivo e deverá ser definido através da análise paralela de
outros valores como FEF25-75, VEF1 e outros fluxos terminais.
- Agora vamos entender o conceito da “ventilação por minuto” e depois tentar ver como esse conceito junto com outros já aprendidos na disciplina funcionam durante o exercício.
VENTILAÇÃO MINUTO
Quantidade de ar inspirado
ou expirado em um minuto. É determinada conhecendo-se a frequência respiratória
(FR) e o volume corrente (VC).
VE = FR x VC
Em repouso, um indivíduo
jovem e treinado pode apresentar um VC de 0,5 l/min e uma FR de 12
movimentos/min, apresentando, portanto, uma VE de 6 l/min. A ventilação é proporcional
à altura (tamanho) e é menor nas mulheres.
Fatores de controle da VE: o
centro respiratório, localizado no bulbo, recebe informações humorais e neurais
a partir das quais determinará a amplitude e frequência respiratória.
- Quantidade de O2 e subsequentes trocas no pH - ↑ CO2 arterial, ↓ o pH e estimula a ventilação;
- Baixo nível de O2 arterial e mudanças na PO2 – estimula a ventilação;
- Reflexos proprioceptores das articulações e músculos – estimulam a ventilação;
- Temperatura corporal - ↑ da temperatura corporal estimula a ventilação.
VENTILAÇÃO E O EXERCÍCIO FÍSICO
A ventilação aumenta durante
o exercício físico proporcionalmente aos aumentos do consumo de oxigênio (VO2)
e da eliminação de gás carbônico (VCO2). Entretanto, observa-se que
nas intensidades elevadas a VE perde a linearidade com o VO2, já que
este se estabiliza e a VE continua aumentando, mas mantém com o VCO2.
Isto indica que a VE está mais relacionada à remoção do CO2 do que
ao VO2.
Resposta ventilatória ao
exercício com carga constante: responde tipicamente em três fases:
- Fase I – quando há um aumento imediato da VE devido a fatores neurogênicos;
- Fase II – quando há um aumento gradual lento da VE até atingir um estado de equilíbrio para a carga de trabalho;
- Fase III – quando a VE permanece constante, em estado de equilíbrio.
Resposta ventilatória ao exercício com aumento progressivo de cargas:
Nas
intensidades baixas e moderadas a VE aumenta linearmente com a VO2 e
a VCO2. Com o aumento da intensidade, haverá um ponto em que
ocorrerá um acúmulo significativo de lactato no sangue. Então o “sistema de
tamponamento do lactato pelo bicarbonato” é ativado, resultando na formação de
ácido carbônico (H2CO3) que dissocia-se em CO2
e H2O. Este CO2 originado pelo tamponamento do lactato
contribui para um aumento na VCO2 que estimulará a VE. Neste
momento, a VE abandona o aumento proporcional ao VO2 e passa a
aumentar proporcionalmente ao VCO2. Assim, percebe-se que o limiar ventilatório
(ponto de aumento mais drástico) é coincidente com o limiar de lactato (ponto
em que ocorre um aumento não linear dos níveis de lactato sanguíneo).
- Após entendido isso vamos tentar ver alguns aspectos práticos e aplicações praticas da ventilação. Como é a ventilação em exercício para uma pessoa com asma, como é para um fumante e outros aspectos importantes que foram falados em aula.
VENTILAÇÃO E ALGUNS ASPECTOS PRÁTICOS
Manobra de Valsalva
Durante a respiração normal,
a pressão intrapulmonar varia apenas 2 ou 3 mmHg em relação à atmosférica. Se a
glote é fechada após uma inspiração completa (Manobra de Valsalva) e os
músculos expiratórios estão maximamente ativados, as forças de compressão de
exalação podem aumentar a pressão intratorácica em mais de 150 mmHg acima da
atmosférica. Esta pressão aumentada é transmitida para as veias da região torácica,
reduzindo o fluxo sanguíneo ao coração, diminuído a pressão arterial e o suprimento
de sangue ao cérebro, causando tontura e até síncope.
Asma e o Exercício Físico
Asma é o estreitamento dos
bronquíolos (pequenos canais de ar dos pulmões) que dificulta a passagem do ar
provocando contrações ou broncoespasmos. As crises comprometem a respiração,
tornando-a difícil.
A asma é caracterizada por
uma hiperirritabilidade das vias aéreas pulmonares, e que se manifesta através
de tosse e falta de ar devido à broncoconstrição e consequente diminuição do
fluxo de ar. Mucosa produz histamina que provoca um espasmo muscular que gera
uma bronquioconstrição.
Vários fatores podem
desencadear uma crise de asma: alguns medicamentos, infecções, alergias,
poluição
do ar, stress emocional, exposição a determinados metais e o exercício físico.
Os
desencadeadores comuns da asma incluem:
- Animais (pelo ou caspa de animais domésticos)
- Poeira
- Mudanças climáticas (com mais frequência em clima frio)
- Produtos químicos no ar ou nos alimentos
- Mofo
- Pólen
- Infecções respiratórias como o resfriado comum
- Fumo
- Inverno = ar frio e Verão = pólen, são os períodos com maior frequência de asma.
- Natação é bom porque no ambiente onde é feito essa pratica não tem agentes alergênicos (exceto o cloro).
Quando os bronquíolos
inflamam, segregam mais muco o que aumenta o problema respiratório. Na asma,
expirar é mais difícil do que inspirar, uma vez que o ar viciado permanece nos
pulmões provocando sensação de sufoco. A asma acomete pessoas de qualquer
idade. A maioria dos casos, todavia, é diagnosticada na infância e é comum
manifestar-se em pessoas de uma mesma família.
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Asma induzida pelo exercício (AIE):
durante o exercício
ocorre o aumento da VE, acompanhado de um ressecamento e resfriamento da mucosa
respiratória, pois o ar deve ser umidificado e aquecido ao ser inalado. Após o exercício
ou ao final deste, há o reaquecimento e a reumidificação da mucosa, e este
“gradiente térmico” estimula a liberação de mediadores químicos que causam
broncoespasmo em indivíduos suscetíveis. Por isso recomenda-se o exercício em
ambientes mais quentes e mais úmidos, diminuindo o gradiente térmico. A prática
de exercícios físicos não cura a asma, mas aumenta a reserva pulmonar, a capacidade
vital (que é reduzida no asmático) e reduz o trabalho ventilatório através da broncodilatação
do exercício.
DIFERENÇAS
ENTRE ASMA E BRONQUITE
Muitas pessoas confundem
asma com bronquite crônica, os sintomas realmente são parecidos. Tose, produção
exagerada de muco e bronquioconstrição (fechamento dos brônquios). A diferença
entre asma e bronquite crônica é que as crises de asma e bronquite crônica
surgem e desaparecem, só os pacientes com asma moderada ou grave é que tem os
sintomas contínuos. Já na bronquite crônica a tose é continua, com muita
produção de muco e permanece de mais de três messes no ano, durante pelo menos
dois anos consecutivos.
Ventilação e o Fumo
Em repouso, 1 a 2% do
consumo de oxigênio corporal total é usado para realizar a ventilação, ou seja,
vai para os músculos envolvidos na ventilação. Em exercício este valor aumenta
para 8 a 10% do VO2 corporal total, devido ao aumento do VC e da FR.
O custo de oxigênio para a ventilação no fumante pode ser 2 a 4 vezes maior,
para vencer o aumento da resistência das passagens respiratórias causado pela
nicotina, que causa broncoconstrição. Por isso o fumante cansa mais rápido, já
que destina uma maior quantidade de O2 para a ventilação, diminuindo
a quantidade para os músculos ativos.
Segundo Fôlego
É o juste de uma sensação de
cansaço respiratório no início do exercício, para uma sensação mais confortável
no decorrer deste. Deve-se provavelmente a:
- Ajustes lentos da VE no início do exercício;
- Oxidação do lactato acumulado no início do exercício;
- Alívio da fadiga muscular localizada nos músculos respiratórios;
- Fatores psicológicos;
- Redistribuição do fluxo sangüíneo ao diafragma;
- Acúmulo de β-endorfinas, que causam bem estar
Anemia e o Exercício
É caracterizada pela redução
da concentração de hemoglobina no sangue. A concentração considerada normal é
de 15 g/dl de sangue. Existem dois tipos de anemia induzidas pelo exercício:
- Anemia verdadeira: devido á deficiência de ferro, mais comum em mulheres, pois estas perdem ferro na menstruação. O exercício e treinamento pesados criam uma demanda maior de ferro, levando a uma queda nos níveis de hemoglobina. Isso pode ocorrer pela perda de ferro no suor e perda de hemoglobina na urina devido à destruição das células vermelhas com o aumento da temperatura corporal, trauma mecânico e maiores taxas circulatória.
- Pseudoanemia: o aumento no volume plasmático que ocorre com o treinamento nem sempre é acompanhado de aumentos correspondentes da concentração de células vermelhas e hemoglobina. Então há uma diluição na concentração de hemoglobina, caindo para níveis abaixo dos considerados normais.
DOENÇAS FIBROSANTES
Fibrose pulmonar (Doença Intersticial Pulmonar - DIP) é uma condição em que gradualmente o tecido pulmonar, marcadamente os alvéolos pulmonares (“sacos” onde se realizam as trocas de gases nos pulmões), tornam-se substituídos por uma fibrose cicatricial. Dessa forma, os alvéolos deixam de funcionar recebendo o oxigênio e expelindo gás carbônico, levando a uma perda irreversível na capacidade dos pulmões. Contudo, nem toda DIP leva necessariamente à fibrose pulmonar.
Na maioria das vezes a
fibrose pulmonar é causada por uma Doença Intersticial Pulmonar (DIP), entre as
quais se incluem dezenas de doenças que causam inflamação na parte terminal dos
pulmões (alvéolos) e levam à cicatrização e fibrose progressivas.
As principais causas de DIP são:
- Pneumoconioses: devido à inalação de poeiras inorgânicas como a sílica ou o asbesto. Pneumonias de hipersensibilidade às poeiras orgânicas como as que afetam os criadores de aves, ao mofo, à sauna, ao ar-condicionado.
- Uso de drogas.
- Gases, fumaças e vapores.
- Doenças autoimunes como as doenças reumáticas e doenças pulmonares como a sarcoidose e a bronquiolite.
Há também, além dessas, uma
fibrose pulmonar idiopática de causa desconhecida, que pode acometer os dois
pulmões. Em alguns raros casos, a fibrose pulmonar idiopática pode ocorrer em
vários membros de uma mesma família e passar de uma geração para a geração
seguinte.
PARALISIA DO BATIMENTO
CILIAR
É causada pela nicotina, o fumo continuo provoca a destruição ciliar, O batimento ciliar é prejudicado e os cílios se tornam imóveis, tornando assim o organismo suscetível a infecções respiratórias. O muco ciliar adere partículas de poeira e bactérias presentes no ar inalado, e que graças ao movimento dos cílios são varridas para fora e expelidas ou engolidas. O epitélio mucociliar, que reveste as vias aéreas, tem um papel imprescindível na purificação do ar levado aos alvéolos pulmonares.
Principais doenças causadas pelo cigarro:
- Câncer de pulmão
- Câncer de boca
- Câncer de laringe
- Câncer de estômago
- Leucemia
- Infarto do miocárdio
- Enfisema nos pulmões
- Impotência sexual
- Bronquite
- Trombose vascular
- Catarata
- Aneurisma arterial
- Rinite Alérgica
- Úlcera do aparelho digestivo
- Infecções respiratórias
- Angina
Enfisema Pulmonar
O enfisema pulmonar ou Doença
Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC) é uma doença degenerativa, que geralmente se
desenvolve depois de muitos anos de agressão aos tecidos do pulmão devido ao
cigarro e outras toxinas no ar. Essas toxinas provocam a dilatação excessiva dos
alvéolos. Como resultado, isso dificulta o contato do ar com o sangue, uma vez
que foi destruído o tecido por onde passavam os vasos. À medida que os danos
progridem, o esforço para respirar aumenta.
O enfisema pode ser
congênito: por deficiência da alfa-1 antitripsina ou adquirido devido ao fumo
ou a outras doenças como bronquite, asma, fibrose cística ou outras doenças
respiratórias crônicas.
O diagnóstico da doença é
baseado nos sintomas apresentados e no histórico de vida do paciente. Um exame
será pedido para avaliar a inflamação do pulmão e a ausculta pulmonar será
realizada para verificar os sons produzidos pelo pulmão no momento da
respiração. O tratamento para o enfisema pulmonar requer, deixar de fumar e o
uso de medicamentos corticoides e broncodiladores. Alguns casos podem
necessitar de oxigenioterapia.
TROCAS GASOSAS e EFEITO BOHR
O O2 pode ser
transportado dissolvido no plasma ou combinado quimicamente com a hemoglobina, formando a oxihemoglobina. A solubilidade do O2 no plasma é pequena,
portanto, muito pouco pode ser transportado pelo plasma (2 a 4%). Mas a
quantidade dissolvida no plasma é a que define a pressão parcial arterial (PaO2)
e venosa (PvO2).
Quanto maior a pressão
parcial de O2 (PO2), maior a sua associação com a hemoglobina;
quanto menor a PO2, maior a sua dissociação com a hemoglobina. Mas a
saturação da hemoglobina com o O2 não tem uma relação completamente
linear com a PO2 e sim, na forma de um “S”. Assim, a saturação da
hemoglobina com O2 mantém se elevada mesmo quando baixa um pouco a
PO2, garantindo uma margem de segurança para eventuais reduções na
oferta de O2, como no caso de pneumopatias e altitude. Abaixo de 40
mmHg de PO2 a curva de dissociação demonstra uma queda acentuada, garantindo
que quando os glóbulos vermelhos atingem os tecidos, a hemoglobina tenha uma
menor afinidade pelo O2, liberando-o para estes.
Pressões parciais de oxigênio (PO2)
e de dióxido de carbono (PCO2) no sangue resultante da troca gasosa
entre os capilares e os tecidos. Observe que a PO2 alveolar de 105 é
o resultado da mistura do ar atmosférico (159 mmHg ao nível do mar) com o gás
alveolar existente juntamente com vapor de água.
A saturação de hemoglobina
com O2 é afetada pela temperatura corporal, pH sanguíneo e
quantidade de CO2 no sangue. Durante o exercício físico há aumento
da temperatura corporal, diminuição do pH sangüíneo e aumento da concentração
de CO2 no sangue, desviando a curva de dissociação da hemoglobina para
a direita e para baixo. Isso permite que, para uma mesma PO2 a
hemoglobina tenha menor afinidade pelo oxigênio, acarretando maior oferta deste
para os tecidos. A esse fenômeno denomina-se Efeito Bohr.
- O gráfico a baixo tenta mostrar em imagem os dados explicados sobre o efeito bohr.
(A imagem pode ser aberta no seu tamanho original clicando nela)
O transporte de O2
no sangue é em maior parte feito ligado à hemoglobina, proteína presente nas hemácias.
Cada molécula de hemoglobina combina-se com quatro moléculas de gás oxigênio, formando
a Oxi-Hemoglobina. Nos alvéolos pulmonares o O2 difunde-se para os
capilares sanguíneos e penetra nas hemácias, onde se combina com a hemoglobina,
enquanto o CO2 é liberado para o ar (processo chamado hematose). Nos
tecidos ocorre um processo inverso: o O2 dissocia-se da hemoglobina
e difunde-se, atingindo as células. A maior parte do CO2 (cerca de
70%) liberado pelas células, penetra nas hemácias e reage com a água, formando
o ácido carbônico, que logo se dissocia e dá origem a íons H+ e bicarbonato
(HCO3-), difundindo-se para o plasma sanguíneo, onde ajudam a manter o grau de
acidez do sangue. Cerca de 23% do CO2 liberado pelos tecidos
associam-se à própria hemoglobina, formando a carboemoglobina. O restante
dissolve-se no plasma.
- Cerca de 5 a 7% do gás carbônico liberado pelos tecidos dissolvem-se diretamente no plasma sanguíneo e assim é transportado até os pulmões. Outros 23% se associam a grupos amina da própria hemoglobina e de outras proteínas do sangue, sendo por elas transportados.
- A maior parte do CO2 liberado pelos tecidos (cerca de 70%) penetra nas hemácias e é transformado, por ação da enzima anidrase carbônica, em ácido carbônico, que posteriormente se dissocia nos íons H+ e bicarbonato.
Transporte de Gás Carbônico
Como o O2, o CO2
é transportado dissolvido no plasma ou em combinação química. A quantidade de
CO2 dissolvido representa 5% do total transportado, sendo
relativamente pouco importante como mecanismo de transporte, mas é o que
determina a PCO2 sanguínea. Assim, é um importante mecanismo regulatório
cardiorrespiratório. Já a quantidade transportada em combinação química tem
duas possibilidades:
- Com a hemoglobina, formando a carboaminohemoglobina;
- Com H2O formando ácido carbônico (H2CO3) que é dissociado em íon H+ e íon carbonato (HCO3-)
Entendido alguns sistemas de transporte de gases, como funciona a ventilação e outros conceitos em exercício, agora vamos ver um pouco das propriedades físico químicas do ar e depois tentar ver como se da à adaptação a altitude o e o exercício em altitude.
Imagem mostrando as propriedades Físico-Químicas do ar.
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Pressão atmosférica é a pressão que o ar da atmosfera exerce sobre a superfície do planeta. Essa pressão pode mudar de acordo com a variação de altitude, ou seja, quanto maior a altitude menor a pressão e, consequentemente, quanto menor a altitude maior a pressão exercida pelo ar na superfície terrestre.
- Pressão ATM é de 760 mmHg ao nível do mar.
Em condições normais a pressão de O2
no gás alveolar é de aproximadamente 105 mmHg. Devido à espessura da membrana
alvéolo-capilar ser mínima em condições normais, o O2 alveolar
difunde-se praticamente sem impedimento para o sangue capilar e pulmonar,
motivo pela qual a PO2 normal é um pouco menor que a pressão de O2
no gás alveolar. Esta pequena diminuição deve-se à existência de sangue venoso
que não se oxigena no pulmão, mas que passa diretamente para o lado arterial
No sangue venoso a PCO2
é aproximadamente de 45 mmHg, enquanto no gás alveolar é de 40 mmHg. As
pressões a este nível equilibram-se mais rapidamente, de forma que a PCO2
na prática é igual à pressão alveolar de CO2 (PCO2). A PCO2
varia amplamente de acordo com as trocas da ventilação alveolar. Se existe uma
maior ventilação alveolar, elimina-se mais CO2 e, portanto a PCO2
cai abaixo do seu limite normal de 35 mmHg, o que se denomina Hipocapnia. A
diminuição da ventilação por outro lado, produz o efeito inverso, o aumento da
PCO2 acima dos 45 mmHg condiciona a chamada Hipercapnia.
- Pressão alveolar O2 105 mmHg (menor porque ela se mistura com o O2 do alvéolo).
- Pressão arterial O2 105 mmHg
- Pressão venosa O2 aproximadamente 40 mmHg
- Pressão arterial CO2 aproximadamente 40 mmHg
- Pressão venosa CO2 aproximadamente 45 mmHg
- Isso ao nível do mar com uma pressão ATM O2 de 160.
Regulação de
ventilação durante o exercício
A VCO2 (produção de CO2)
aumenta conforme aumenta a carga de trabalho. Isso se dá por causa do aumento
da atividade oxidativa e do consumo de oxigênio. Depois do 1o limiar
de lactato, a produção de CO2 aumenta em maior proporção devido ao
tamponamento de H+. Os hidrogênios liberados pelo ácido láctico,
reagem com HCO3- (bicarbonato), formando H2CO3
(ácido carbônico) que é separado em água e CO2, pela anidrase
carbônica. Em seguida a água e CO2 são liberados no plasma. O CO2
produzido pelo tamponamento é responsável pelo aumento da ventilação entre o 1o
e o 2o limiar.
A VE (ventilação) aumenta desde o
início do exercício pela ativação de mecanorreceptores e pelo aumento da VCO2.
No 1o limiar de lactato, a ventilação aumenta devido o aumento de CO2,
que causa o tamponamento de H+. A partir do 2o limiar de
lactato, a ventilação aumenta ainda mais, pelo grande aumento de concentração
de hidrogênios livres (H+).
O pH é constante até o 1o
limiar porque a concentração de lactato é constante. Conforme a concentração de
lactato aumenta, o pH começa a cair, tendo uma queda ainda maior após o 2o
limiar de lactato.
O aumento desproporcional de CO2 é chamado de V SLOPE. V SLOPE é a formação extra mitocondrial de CO2, causado pelo tamponamento de H+.
PRESSÃO ATMOSFÉRICA E ALTITUDE
A variação da pressão
atmosférica está ligada à força da gravidade. Essa força tem origem no centro
da Terra e atrai tudo o que está no planeta, inclusive a atmosfera (camada de
gases que circunda a crosta terrestre). Quanto mais próximo da superfície,
maior é a força exercida e, portanto, maior a pressão que a atmosfera faz sobre
um ponto.
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Exercício e a altitude
Pela menor disponibilidade
de oxigênio, a intensidade do exercício é reduzida na altitude, e as adaptações
geradas por essa exposição são os principais fatores a serem avaliados quando
há programada uma competição em altitude elevada.
Ao realizar um exercício
físico na altitude, temos dois tipos de estresses aos quais o corpo mais
responde e se adapta, o exercício e a hipóxia, que é a quantidade reduzida de
oxigênio num ambiente, e afeta diretamente a intensidade do exercício.
Ao nível do mar o ar exerce
uma pressão atmosférica de 760 mmHg, com um percentual de oxigênio de cerca de
20,93%. Na altitude, o ar ambiente continua contendo 20,93% de oxigênio, porém,
a pressão atmosférica é menor conforme ascendemos a níveis maiores de altitude,
fazendo com que diminua o número de moléculas de oxigênio por unidade de
volume, ou seja, uma menor pressão parcial de oxigênio (PO2).
O VO2 máx é
reduzido a 85% do valor ao nível do mar, numa altitude de 3.000 m. A 5.000 m de
altitude, esse valor é de apenas 60% do valor conseguido ao nível do mar, e no
pico do Monte Everest (8.848 m) o consumo máximo de oxigênio fica em menos de
30% do valor ao nível do mar.
As alterações fisiológicas,
como consequência da hipóxia, ocorrem nos primeiros momentos de exposição à
altitude. Essas adaptações são fundamentais para o fornecimento de oxigênio aos
tecidos.
Respostas imediatas à
altitude
|
|
Pulmonares
|
Cardiovasculares
|
Hiperventilação
|
Queda leve do Volume sistólico
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Sangue mais
alcalino (queda PCO2 devido a hiperventilação)
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Queda leve do Débito cardíaco
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- Os principais ajustes que ocorrem em resposta à exposição aguda à altitude são a hiperventilação e um maior débito cardíaco (em repouso e em exercício submáximo). Exposições prolongadas à altitude proporcionam ajustes que ocorrem de maneira mais lenta, para melhorar a tolerância à hipóxia, como um equilíbrio ácido-básico dos líquidos corporais, um aumento no número de hemácias e maior concentração de hemoglobina.
Pressão Atmosférica. A cima de 1.500 metros
de altitude a cada 1.000 metros se perde 10% do Vo2 máx.
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Altitude (metros)
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VO2 máx.
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1.500
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- 0%
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2.500
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- 10%
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3.500
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- 20%
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4.500
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- 30%
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Tabela
comparando mostrando a relação da altitude com a pressão ATM e a PO2
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Altitude
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Pressão ATM
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PO2
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0
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760
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159
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1000
|
674
|
141
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2000
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596
|
124
|
3000
|
526
|
110
|
4000
|
462
|
96
|
5000
|
405
|
85
|
6000
|
354
|
74
|
7000
|
308
|
64
|
8000
|
267
|
56
|
9000
|
231
|
48
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A pressão alveolar vai ser sempre
menor do que a PO2
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Processo de
adaptação à altitude.
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Curto Prazo:
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Médio Prazo:
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Longo Prazo:
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Queda PO2 arterial
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Retirar alcalose (base) do sistema
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Excreção de eritropoietina (EPO)
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Taquipnéia
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Excretar HCO3 (excreção de bicarbonato por
urina).
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Aumento de hemácias
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Queda PCO2
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Hemoconcentração
(maior concentração do sangue).
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Mais hemoglobina
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Alcalose respiratória
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Sangue fica mais alcalino
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- Os efeitos da aclimatação (adaptação à altitude) variam conforme a altitude e a individualidade biológica. Uma adaptação plena a uma altitude média pode ser apenas uma adaptação parcial a altitudes maiores.
- O tempo ideal necessário para a aclimatação, numa média geral contando a partir de 1.600 metros a cada aumento de 600 m necessita de uma semana adicional para uma aclimatação plena.
- Atletas que iram participar de modalidades anaeróbicas não precisam fazer esse tipo de adaptação.
Adaptação á altitude
Quanto maior a altitude,
menor a pressão barométrica (760 mmHg no nível do mar), o que resulta em uma
menor PO2 atmosférica e consequentemente, uma menor PO2 alveolar,
diminuindo a saturação da hemoglobina com oxigênio. Esta hipóxia causa aumento
da ventilação, do débito cardíaco em repouso e submáximo devido ao aumento da
FC e aumento da resistência vascular pulmonar, o que aumenta a pressão arterial
na circulação pulmonar (podendo levar a um edema pulmonar).
A hipóxia estimula alguns
mecanismos de adaptação denominados conjuntamente de ACLIMATAÇÃO: aumento do
número de células vermelhas, e hemoglobina, eliminação de bicarbonato na urina
(para manter o pH sanguíneo em níveis normais), aumento da capilarização
tecidual e muscular, aumento da concentração de mioglobina, aumento da
densidade mitocondrial, aumento das enzimas oxidativas. Quanto maior a altitude,
mais tempo é necessária para a aclimatação. Estas mudanças normalizam após 3 ou
4 semanas no nível do mar.
A altitude parece afetar
mais exercícios aeróbicos, pois tende a haver uma redução no VO2max
de 3 a 3,5% a cada 300m de altitude, a partir de 1500m.
A exposição à altitude e a
anemia aumentam os níveis de 2,3 difosfoglicerato (2,3 DPG) que é um subproduto
da glicólise anaeróbica. Este composto liga-se ás subunidades da molécula de
hemoglobina, reduzindo a sua afinidade ao oxigênio, teoricamente disponibilizando
mais O2 aos tecidos. Funciona como um mecanismo compensatório.
MERGULHO
Prender a respiração durante a submersão
Ao prender a respiração sem mergulhar, a PACO2
aumenta e a PAO2 diminui, como seria de esperar com uma
produção continua de CO2 e consumo continuo de O2 pelo
corpo. Uma vez que o estimulante ventilatório mais potente é um aumento da PACO2,
a renteção da respiração é acompanhada
por uma maior força química para ventilar. É essa força que é sentida pelo cérebro
e que causa uma necessidade intolerável para respirar. Embora a hiperventilação
imediatamente antes de prender a respiração possa baixar a PACO2 e, portanto, retardar seu aumento para estimular a
ventilação, essa manobra é perigosa porque a PAO2
continua diminuindo e pode causar um suprimento reduzido de oxigênio ao cérebro
e inconsciência. Essa é uma ocorrência com risco de vida para alguém que está
submergindo e, principalmente, quando a pessoa mergulha perdendo a respiração em
locais onde a PAO2 pode diminuir dramaticamente durante a subida.
Descendo
a maiores profundidades durante a retenção, o aumento das forças de compressão diminui
o volume no pulmão e a pressão nas outras cavidades do corpo. Assim, as pressões
nessas cavidades precisam ser igualadas à maior pressão dos arredores para
impedir a ruptura dos vasos por compressão excessiva (denominada “squeeze”). Isto
é, em geral percebido pelo ouvido interno e a trompa de Eustáquio.
O mergulhador deve
subir de volta a superfície de forma lenta e soltando todo o ar possível, pois
com a diminuição da pressão externa, os gases nos pulmões tendem a aumentar de
volume, distendendo pulmões, rompendo alvéolos podendo ocasionar uma hemorragia
do tecido pulmonar ou ainda os gases podem ser forçado para dentro dos
capilares formando embolias gasosas.
Alterações cardiovasculares
A imersão causa aumento na pressão venosa central de 10 a 15 mmHg. Pela dificuldade de usar frequencímetro na água, usa-se muito a Escala de Borg de Percepção de Esforço.
(A imagem pode ser aberta no seu tamanho original clicando nela)
Ao prender a respiração sem mergulhar, a PAO2 diminui e a PACO2 aumenta, como seria esperado pelo metabolismo. Prendendo a respiração ao mergulhar a grandes profundidades (B) como mostra a figura acima, a maior pressão da água aumenta a PO2 apesar da contínua atividade metabólica do corpo. No entanto, ao retornar à superfície, a pressão decrescente pode baixar rapidamente a PAO2 a níveis perigosos, aumentando o risco de desmaio.
Atividade física na agua
- Pressão hidrostática: considerada por muitos autores a propriedade mais importante da água. “A pressão do líquido é exercida igualmente sobre todas as áreas da superfície de um corpo imerso em repouso a uma determinada profundidade”.
- Viscosidade: o tipo de atrito que ocorre entre as moléculas de um líquido oferece resistência ao movimento debaixo d’água em qualquer direção, provocando turbulência maior ou menor de acordo com a velocidade que executa-se o movimento. Quanto mais rápido o movimento, maior a turbulência! A turbulência é menor por movimentos mais lentos e posição aerodinâmica. A turbulência é maior por movimentos rápidos e posição ou equipamento não aerodinâmicos.
- Termoregulação: o corpo perde calor com mais rapidez na água pois é um meio mais denso. A turbulência acelera este processo pois aumenta o volume da água que entra em contato com o corpo. Fora da água o calor produzido pela atividade muscular aumenta a temperatura corporal central. O esfriamento corporal na água é contra balanceado aumentando a taxa de atividade muscular.
Em repouso e imerso até o processo xifóide do esterno,
ocasiona uma redistribuição proporcionando aumento em 34% no débito cardíaco e de
700% na diurese. Isso ocorre do sangue e outros líquidos na direção do centro do corpo,
em cerca de 700ml devido à pressão hidrostática exercida sobre a parte
submersa.
Quanto maior a profundidade da imersão, maior será
redução do peso hidrostático (menos 13 a 20%) e menor será a FC (menos 6 a 12 bpm).
Isto ocorre porque com a imersão há uma tendência ao coração dilatar-se e um
aumento da distensão máxima durante a diástole em 31%.
A temperatura da água pode ser vasodilatadora, diminuindo a FC. Em exercício moderado na água aquecida a FC ficará de 10 a 25 bpm inferior do que o mesmo trabalho percebido fora d’água.
A temperatura da água pode ser vasodilatadora, diminuindo a FC. Em exercício moderado na água aquecida a FC ficará de 10 a 25 bpm inferior do que o mesmo trabalho percebido fora d’água.
A imersão causa aumento na pressão venosa central de 10 a 15 mmHg. Pela dificuldade de usar frequencímetro na água, usa-se muito a Escala de Borg de Percepção de Esforço.
Alterações Respiratórias
As alterações hidrostáticas e hemodinâmicas aumentam o trabalho
respiratório em 65% em função da pressão hidrostática na parede torácica e redistribuição
central de 700ml de sangue.
- A Capacidade Vital reduz em
6%.
- O volume de reserva
expiratória reduz em 66%.
- No asmático aumenta a
capacidade vital.
Alterações Renais
No exercício na água não acontece o bloqueio de irrigação sangüínea para
os rins (que desviaria para os músculos ativos) e os rins diminuem a velocidade
de absorção da água filtrada em razão da inibição do ADH (desvio ao 700ml
redistribuídos).
Há aumento de 700% na diurese.
Efeitos benéficos da
imersão
• Redução de edemas articulares;
• Redução de líquido intersticial
(aumenta a diurese) o que é bom para insuficiência cardíaca;
• Redução de edemas de lesões;
• Relaxamento.
Trabalho muscular na
água
• Fora d’água os movimentos para cima contra a gravidade são concêntricos
e para baixo excêntricos;
• Em imersão todo o trabalho muscular e concêntrico;
• Com objetos flutuantes, os músculos que trabalham e seu modo de ação são
o oposto do que ocorre fora d’água.
Dores pós exercício
Newhan (1988) demonstrou
que é o trabalho muscular excêntrico que pode causar dor muscular tardia,
rigidez e lesão nas fibras pós-exercício. Então na água, como as contrações são
concêntricas, as dores musculares pós-exercício são raras.
a capacidade respiratória é maior em uma pessoa que mora em elevada ou baixa altitude?
ResponderExcluirem elevada altitude pois quanto mais tempo passarmos nestas condições o nosso organismo adapta-se tornando mais fortes os músculos intercostais e o diafragma a cavidade torácica também fica mais ampla, permitindo inspirar mais ar. o numero de capilares sanguíneos junto dos alvéolos pulmonares também aumenta.
ExcluirEspero que tenha ajudado.
Ajudou muito. Obrigada!
ResponderExcluirMuito bom para mim que tento entende o processo de respiração. Penso que a função do diafragma na respiração deveria ser incluida
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